... a linguagem alheia ou coisas que não adiantarão
para nada ou Lispector by Ia ou? ou! ou ...
Apoiado em obras da escritora Clarice Lispector, o solo é uma espiral de
questionamentos e buscas desenfreadas em que a interrogação eterna é dada aos
que participam com a presença física na cena.
A obra é como um mantra em busca
de uma presença sensorial extra-humana, a atriz ou antena parte da Paixão
segundo GH e navega pelos escritos, pelo público, questionando, expandindo e
atrofiando, partículas e cosmos. É intimista, extremista e infinita, como a
própria escritora.
O personagem ou antena é um ser de terceira dimensão beirando a quarta,
e deste conflito entre o real e o REAL capta nas entrelinhas de Lispector uma
saída, assim nasce o Texto que é um Re-quebrar do pensamento lógico e racional
predominante no dias de hoje.
O cenário um objeto não identificado, na iluminação uma esfera que abriga o personagem em seu
percurso, numa invocação sobre os Círculos, movimento simples do qual vibra uma
verdadeira existência.
Em um mundo onde os fatores são externos e as possibilidades
superficiais, este solo, monólogo ou desabafo, é um retorno ao Re-ciclar de
palavras, sentimentos, atitudes e trajetórias. Uma verdadeira Reciclagem
Humana...